quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

A História da Família Molon

Instalados entre vales e montes do Nordeste do Rio Grande do Sul, no Sul do Brasil, longe de rios navegáveis, estradas e acessos aos meios de comunicação, os imigrantes Molon, em 1882, cortaram suas relações com os parentes deixados nos arredores do Castello de Arzignano, em Vicenza, na Itália. Juntamente a um grupo expressivo de amigos e conterrâneos que haviam saído do mesmo local, entre outros os Fochesatto, Galiotto, Ferrari, Dani, Fracasso, Tadiello, Masiero, Isoton, Magnabosco, praticamente nas mesmas condições, trataram de fazer neste chão sua nova Pátria e a nova vida tão sonhada e propagada.
Causa disto, por quase cem anos, num silêncio quase absoluto, as relações entre familiares residentes no Brasil e na Itália, foram cessadas. Foi a partir de inscrições numa lápide no cemitério de Otávio Rocha, que dizia: "Qui reposa en te la pasce de Dio, Pietro Molon, oriundo de Castello de Arzignano – Vicenza", que as relações foram reatadas. A partir daquele momento, encaminharam-se correspondências à Itália, e logo, alguns descendentes tiveram a oportunidade de visitar o local e manter as primeiras conversações com os Molon de Arzignano. Porém, foi a realização dos encontros de Família, que desvendaram a numerosa relação de parentesco, e os contatos com a Paróquia e a administração pública de Arzignano, que deram conhecimento da grande família de arzignanheses espalhada no Brasil.

A ORIGEM
Ao que se tem conhecimento, a família é originária da Grécia, como explica o Dr. Giovanni B. Molon, italiano naturalizado, residente em Porto Alegre:
"Na década de 1940, quando o professor de grego, Pe. Francesco Pasetto, traduzia uma bucólica história pastoril, chamou-me a atenção sobre a palavra MOLON, senti algo diferente dentro de mim naquele momento. Nunca mais esqueci a palavra grega BLOSCO, um verbo irregular que no pretérito passado se apresenta como EMOLON, que traduzido quer dizer – vai e vem. Como este verbo encontra-se sempre relacionado a quem vai e vem com as ovelhas, toma o sentido de pastor ou pastorear. Correta portanto é a dedução que ainda antes da fundação de Roma, eles, MOLON, teriam percorrido as margens do Mar Adriático e naquele vai e vem se estabeleceram na Itália, precisamente nas colinas de Arzignano, hoje Província de Vicenza."

A origem grega da palavra Molon, fica praticamente confirmada com a citação de Apolônio, filho de Molon, na obra de Plutarco, quando se refere a Caio Júlio César, que foi a Rodes, para tomar as lições de Apolônio, filho de Molon, do qual Cícero havia sido discípulo.

A família Molon, tem portanto uma história de mais de dois mil anos e na atualidade encontra-se espalhada em diversos continentes. No Brasil, há a presença de descendentes Molon em diversos estados e algumas com outra origem migratória, somando mais de oito mil integrantes, originários dos pioneiros:

PIETRO MOLON E FRANCISCA ZIGGIOTTI, oriundos de................ estabelecidos no Trav. Pinhal - Otávio Rocha.


ALESSANDRO MOLON E TEREZA GENARO........................ . Trav. Pinhal - Otávio Rocha.

GIOVANNI BATISTA MOLON E MARIA MAGNABOSCO - ...............................Farroupilha/RS.

ÂNGELO MOLON E CECÍLIA ZILIOTTO ................................ - Trav. Pinhal/ Otávio Rocha. ANTÔNIO MOLON e REGINA GHIOTO................................ - Trav. Marcolino Moura/Ot. Rocha.

GIROLAMO MOLON e CATARINA LAGHETTO, oriundo de Chiampo, estabeleceu-se em L. Sertorina, atual município de Farroupilha/RS.

LUÍS MOLON e ROSA FERRARI ......................... município de Tubarão/SC.

LUIGI MOLON e ROSA ..................................... Curitiba/PR.

ANTONIO MOLON e PASCHOA BUASCARIN ...................... Americana e S. Bárbara D’Oeste. SP.

GIUSEPPE MOLON e MARIA VERLATTO ..................................- São Bernardo do Campo/SP.

GIORDANO MOLON e AMÁBILE MOLON ........................- São Paulo.

FELÍCIO MOLON e SANTA RODELLA ........................................... São Paulo

GIOVANNI BATISTA MOLON E MARIA ANDREIS............Porto Alegrte


Todos vieram para o Brasil com o sonho do progresso. Aqui plantaram videiras, construíram vinícolas, abriram restaurantes, fundaram fábricas, oficinas mecânicas, postos de abastecimento, transportadoras. Dedicaram-se a agricultura, ao comércio, a profissões liberais, as atividades religiosas. Com o seu trabalho e visão, ajudaram a construir vilas e cidades e consolidaram os seus sonhos no prometido paesi di cucagna, que junto com outros fizeram existir.